Por Jean Pereira Santos e Ari Aguiar, da redação do ESPN.com.br
Fonte:
ESPN.com.br
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José Luiz Vasconcellos preside a CBC desde 2005 |
A declaração em rede nacional causou polêmica e até demissão, mas a
Confederação Brasileira de Ciclismo decidiu lavar as mãos e sequer
investigará a denúncia de doping feita pelo então técnico da seleção
nacional de ciclismo de estrada, Antonio Carlos Silvestre. "Não, não
faremos nada em relação a isso", disse o presidente da CBC, José Luiz
Vasconcellos, em entrevista ao ESPN.com.br.
Na
visão da entidade, as palavras de Silvestre ao programa Fantástico, da
"TV Globo", no último dia 28 de outubro, não têm fundamento. O
treinador, desligado três dias depois da entrevista, questionou a queda
de rendimento dos atletas quando a serviço da seleção em comparação a
seus desempenhos nos clubes e cravou o motivo: "É doping!".
"Eu
estou falando como técnico da seleção brasileira, de atletas que vivem
um período fantástico nos clubes e quando vêm para a seleção para correr
fora, o rendimento cai. Mas cai por quê? Por que deixou de treinar?
Não, muito pelo contrário. Quando vêm para a seleção, ficam 15, 20 dias
treinando. Treinam mais, e quando chegam nos eventos internacionais e
não... e baixam. Certo? Então, você diz o quê? Por quê? A palavra é? É
doping!", afirmou Silvestre à reportagem da "Globo".
No
cargo desde 2005 (reeleito em 2009), o presidente da CBC refuta
qualquer possibilidade de uso de substância proibida por parte dos
atletas e rebate a colocação de Silvestre citando títulos. "Não vejo
onde cai o rendimento. Nós fomos campeões de estrada e de pista no
último Pan-Americano de ciclismo", disse.
Ele
refere-se à competição disputada em março de 2012 em Mar del Plata, na
Argentina, na qual o Brasil conquistou seis medalhas - uma delas de
ouro.
No entanto, quando a disputa fica mais
acirrada, o país vai mal. Na Olimpíada de Londres, meses depois, a
melhor classificação verde-amarela no ciclismo de estrada [que tinha o
comando de Silvestre], por exemplo, foi a de Clemilda Fernandes Silva,
com o 23º lugar; no masculino, Murilo Fischer acabou apenas em 32º.
Sobre
a demissão do então técnico de estrada, Vasconcellos coloca que não era
possível manter um profissional que não confia nos ciclistas às
vésperas de se iniciar um novo ciclo olímpico. "Não dá para trabalhar se
não têm um bom relacionamento", encerrou.
Procurado
pela reportagem, o técnico Antonio Carlos Silvestre disse que, ao menos
por enquanto, não se pronunciaria sobre a polêmica, recusando-se a dar
qualquer detalhe mais específico sobre a acusação que fez. Murilo
Fischer chegou a atender à reportagem, mas desligou e não mais respondeu
às ligações.
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ESPN.com.br