Dani Genovesi entra para a história do ciclismo mundial

Brasileira é a primeira latina-americana a completar a prova de ciclismo mais dura do mundo

A ciclista carioca Daniela Genovesi, de 41 anos, entrou para a história do esporte nacional ao vencer a Race Across America, a prova mais dura do ciclismo mundial, na qual os atletas têm de pedalar por mais de 4.800 quilômetros de costa a costa nos Estados Unidos. Primeira latina-americana a conseguir se classificar para a RAAM, Dani, que largou em Oceanside, na Califórnia, chegou a Annapolis, em Maryland, na manhã desde domingo, após 11 dias, 17 horas e oito minutos, pedalando cerca de 20 horas por dia. Há dois anos que nenhuma mulher conseguia completar a prova no prazo máximo de doze dias. Até o meio da tarde, a americana Janet Christiansen, ainda estava na TS (posto de controle) 50, restando ainda mais de 100 milhas para ela completar o percurso.

“Foi a maior emoção da minha vida no esporte. Foi uma emoção muito forte vencer esta prova tendo ao lado a minha família e os meus amigos, que vieram acompanhar a chegada. Tenho de agradecer muito a minha equipe, pois sem ela eu não teria conseguido”, disse Dani Genovesi, que na chegada chorou ao receber os abraços do marido Alexandre, do filho Victor, de 18 anos (que chegou de surpresa) e Julia, de 16 anos, que integrou a equipea e foi a responsável por preparar toda a alimentação da mãe.

A estratégia traçada pela equipe e a atitude mental de Dani, que contou com o patrocínio de Cimentos Tupy, fizeram a diferença na prova, a qual ela assumiu a liderança no oitavo dia. A opção da equipe foi fazer a brasileira dormir cerca de quatro horas sempre, enquanto a americana só descansava quando o corpo estava esgotado. Assim, Janet abriu boa distância no começo, mas com o cansaço batendo mais forte, a brasileira foi encostando até passar e não mais perder a ponta.

“Esta prova é um sofrimento enorme, por isso fiz a opção de encarar como uma expedição, para me divertir. O repórter do site oficial não conseguia acreditar como eu estava sempre sorrindo, assim como a minha equipe. Isso fez grande diferença, disse Dani, que perdeu apenas quatro quilos na sua “expedição”, dentro do previsto pela equipe.

No Brasil, o ultraatleta Alexandre Ribeiro, tricampeão do Ultraman e que já participou da Race Across America, comemorou o feito da amiga e companheira das clínicas de corrida Rio Claro em Movimento:

“Essa menina é casca grossa. Ela está fazendo história no ciclismo mundial trazendo este troféu para o nosso país. Parabéns para a Dani e para toda a equipe”.

Para Dani, o momento mais difícil não foi quando estava atrás da americana. O grande sofrimento e mesmo as dúvidas sobre se conseguiria terminar a prova surgiram na TS 50, quando faltavam apenas 180 quilômetros para o final do maior desafio de sua vida.

“Comecei a sentir muitas dores nos dois joelhos, que ficaram inchados. Na TS 50, dormi por duas horas, tomei antiinflamatórios e as dores diminuíram, mas por um momento eu pensei que o corpo poderia dizer não, mas deu tudo certo.

O corpo de Janet começou a dizer não lá pelo oitavo dia. Foi quando Dani teve certeza de que a estratégia de sua equipe fora perfeita.

“Eu a ultrapassei à noite e parei para dormir. E ao começar o dia seguinte pensei que iria levar umas seis horas para tirar a diferença novamente. Porém, com vinte minutos de pedalada, eu já estava passando por ela, como um furacão. Deu até pena dela, pois ela estava sofrendo. Pensei, caramba, ela ainda vai sofrer por tantos quilômetros.”

Apesar da alegria e do sentimento, Dani não sabe se voltará a encarar a chamada prova mais agoniante do mundo: “Para falar a verdade, a ficha ainda não caiu sobre a importância do meu feito. Não sei mesmo se voltarei a encarar a RAAM na categoria solo, talvez em equipe”, disse.

Ao ouvir a sugestão de formar uma dupla com Alexandre Ribeiro, que é o rei do Ultraman mundial, gostou da idéia:“Ia ser uma dupla forte”, riu

Tanto Dani quanto Ribeiro são professores do projeto Rio Claro em Movimento, da Conexão Marketing, que tem como coordenadora Rita Almeida, uma das pioneiras do spinning no Brasil, junto com a vencedora da RAAM. Antes de embarcar para os Estados Unidos, Dani já deu partida para mais um projeto da Conexão Marketing, da empresária Maria Luisa Jucá. Seu último treino pelas estradas do estado foi na verdade o chamado Pré-Tour do Rio, mapeamento para a prova Tour do Rio, nos moldes da Tour de France, que a Conexão organizará.

Dani vai passar uma semana nos Estados Unidos e sua chegada ao Brasil está prevista para o dia 5 de julho.

FONTE; SEU SITE OFICIAL ENDEREÇO , WWW.DANIGENOVESI.COM.BR