O Campeonato Mundial de Mountain Bike 2009 que acontece em Canberra, na Austrália, começou nesta semana com as competições de cross country revezamento e as disputas das categorias femininas de base (junior e sub-23). A prova do revezamento, em que as equipes são formadas por 4 ciclistas, o título é disputado por países. A equipe da Itália foi a primeira a garantir a medalha de ouro da competição, seguida pela equipe da França. O canadense Geoff Kabush pedalou forte e garantiu o bronze para seu país, estabelecendo também o melhor tempo da volta, mostrando-se forte candidato ao título individual. O Brasil não participou desta prova de revezamento devido à ausência de uma representante feminino, no entanto, no masculino, a Elite brasileira formada por Rubens Donizete, Edivando Souza Cruz e Ricardo Pscheidt, prometem um bom desempenho na corrida no próximo sábado (5).
Nesta quinta-feira, o representante brasileiro, Frederico Mariano, de Minas Gerais, alinhou às 10h30 da manhã na terceira fila da ordem de largada da categoria Junior, para 5 voltas no circuito de cross county com 6.5km, muitas pedras e duras subidas. O dia amanheceu nublado com temperatura de 3ºC. Depois da largada o sol apareceu e o clima esquentou literalmente com temperatura de 10ºC.
"A largada foi bem espremida, muita gente querendo ultrapassar antes de entrar no single track após do start loop. Até 5 quilômetros de prova não dava para ultrapassar ninguém", disse o mineiro Frederico Mariano, nascido e criado em Uberaba (MG). "O ritmo imposto logo no começo da prova foi alucinante, por volta dos 35 km/h de média", contou Frederico, que aos 18 anos, participou pela primeira vez de um Mundial com a 47ª colocação.
"Na liderança do pelotão, a disputa foi acirradíssima entre os cinco primeiros até a penúltima volta. O italiano Gerhard Kerschbaumer desbancou o favoritismo dos suíços para ficar com o título. Destaque para o português, Ricardo Marinheiro que ficou com a medalha de prata", comentou Fabio Piva, fotógrafo que acompanha a delegação brasileira nesta jornada.
"Poderia ter ido melhor se tivesse competições no Brasil com nível técnico de pista elevado, para não sofrer tanto quanto foi aqui", revelou Frederico que compete sem patrocínio, apenas apoio da Lelin Bikes. "Não tinha a experiência toda para enfrentar uma prova tão dura. A corrida foi muito difícil, com adversários muito fortes. No Brasil ganho tudo e vi que no cenário mundial não passo de mais um no pelotão. Precisava de mais ritmo e muita mais tempo para se dedicar ao esporte", afirmou Fred que pedala há 3 anos e é o atual Campeão Brasileiro de XCO, Copa Internacional de MTB e Shimano Short Track (Junior).
Amanhã, na sexta-feira (4), o Campeonato Mundial de MTB segue com as provas de cross country da categoria sub-23 e a corrida classificatória de downhill, com as tomadas de tempo oficiais. A esperança brasileira nesta primeira prova é o talentoso Sherman Trezza de Paiva que será o único representante do Brasil na categoria sub-23. O mineiro de 20 anos da cidade de Lambari que defende a equipe Sundown Joinville de MTB no Brasil está numa excelente fase e promete um bom resultado. Uma informação importante é que o carioca Henrique Avancini está oficialmente fora do Mundial. O jovem atleta da categoria sub-23 tinha a vaga garantida, mas não conseguiu o visto da Austrália a tempo de participar do evento. Atualmente, Avancini que é natural de Petrópolis-RJ, estava na Europa defendendo sua equipe ISD, que fica baseada na Itália.
A delegação brasileira na Austrália conta com o patrocínio do Banco do Brasil, o Banco do ciclimo brasileiro.
Resultados oficiais XCO da categoria Junior:
1 - Gerhard Kerschbaumer ITA 1h31min01
2 - Ricardo Marinheiro POR 1h32min20
3 - Reto Indergand SUI 1h32min35
4 – Matthias Stirnemann SUI 1h32min39
5 – Tobias Ludvigsson SWE 1h34min20
47 - Frederico Mariano BRA 1h45min18
------------------------------------------------------------------------------------------------ |
Vando fala sobre o mundial de MTB |
Edivando Cruz é um dos brasileiros que representam o país no mundial de Mountain Bike, que está sendo realizado na Austrália nessa semana.
Segue abaixo o relato do nosso atleta, que já foi medalhista dos Jogos Pan-americanos, prata em 2003 em Santo Domingo, e que representou o Brasil na Olimpíada de 2004.
Estou aqui em Canberra na Australia, a cidade que é a capital da do pais se tornou o centro do mundo do muntain bike nesta semana, atletas de todas as partes estao concentrados para disputar mais um Campeonato Mundial.
Cheguei aqui junto da delegação na semana passada, e já pude fazer vários treinos no percurso e também me acostumar com o fuso horário, minha competição será no Sábado dia 5, mas já estão rolando varios eventos durante a semana: Na terça feira rolou o Team Relay, uma competição de revezamento e os campeões foram: Itália, Canadá e França, respectivamente. Nós brasileiros não participamos desta competição e estamos concetrados somente para as finais individuais no Cross Country e Down Hill.
Quero aproveitar e passar para vocês um pouco da pista que vamos enfrentar no XC neste final de semana. Um pouco diferente das pistas que estamos acostumados a correr no Brasil, o nível técnico da pista está bem alto e vai exigir muita técnica dos pilotos, mas também muito pedal nas subidas, que são longas e abertas, temos trilhas técnicas nas subidas também.
Vamos descrever desde a largada cada parte da pista: A largada será no asfalto, mais ou menos 300 metros e logo entra na terra, num estradão e começamos a subir, neste trecho e 100% de pedal, e então na sequencia entramos na trilha ainda subindo e começa a inclinar e pedalamos um trecho cheio de pedras e ali e 50% pedal e 50% tecnica. Depois deste trecho estamos na parte mais altas da pista e então começamos a descer e logo de cara pegamos uma sequencia de pedras e um drop de três degraus, e aí seguimos na trilha com muitas curvas, pedras e rampas e neste trecho é 20% pedal e 80% tecnica.
Após um longo trecho de descida com várias curvas em paredão e saltos, chegamos num trecho de grama subindo e ali temos a primeira area de apoio, e seguimos subindo na estrada e é 100% pedal, passado un 300 metros entramos numa trilha novamente subindo e fazendo várias curvas depois sobe e desce curvas trilhas, o trecho exige 60% tecnica e 40% de pedal. Então chegamos na segunda area de apoio novamente em grama no plano e entao começamos a descida final, este trecho bem veloz e e somente em trilha com várias rampas e curvas em paradão e exige 80% de tecnica e 20 % de pedal. A técnica vai fazer muita diferença nestes trechos pois pedalamos pouco e temos que aproveitar ao maximo para ganhar tempo nas curvas, depois da descidas entramos no plano em um estradão e temos somente uma curva até a chegada em estrada aberta, aí então começamos a segunda volta mas não mais no alfalto, agora o percurso segue subindo na trilha, só que com pouca inclinação, e logo pega a estrada aberta novamente.
Interesante: pelo fato da pista ser bem técnica, vemos aqui um grande número de bikes Full Suspension, os que estão de Hard Tail na maioria estao com 100mm na frente e também tem um grande número de pessoas usando guidão Riser, para pilotar melhor, a maioria dos americanos estão de Aro 29, mas em meio a tantas diferenças existe ainda um grande número de atletas com as bikes Xc tradicional Hard Tail com mesa virada para baixo, como o francês Julian Absalon. Com estes detalhes dá para perceber que estamos no meio de um outro nível de MTB, acho extremamente importante nossa participação e o contato com pistas diferentes e de pilioos que existem no mundo, com isso vamos mantendo contato com a evolução do nosso esporte que nao para de ter novidades e ao mesmo tempo conserva suas bases.
Edivando de Souza Cruz - Equipe : Astro/Vzan/Giro/Maxxis , apoio: Manitou/Joe's No Flats/Maxxis/Easton/SDG/661/HE Treinamento Esportivo.Integrante da delegacao Brasileira de Mountain Bike - CBC ( Confederacao Brasileira de Ciclismo) - Patrocinio Banco do Brasil
FONTE; AMIGOS DA BIKE
--------------------------------------------------
Nenhum comentário:
Postar um comentário