segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Produção de bicicletas ultrapassa 60 mil unidades em julho, mas enfrenta falta de suprimentos

 

A crescente demanda por bicicleta em vários países para a locomoção segura na pandemia da covid-19 dificulta o abastecimento de componentes
por meio de fornecedores globais

 

A produção de bicicletas no Polo Industrial de Manaus (PIM) totalizou 61.283 unidades em julho. Segundo levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, esse volume representou uma alta de 30,6% na comparação com junho (46.913 unidades). Em relação a julho do ano passado (85.131 unidades), foi registrada uma queda de 28%. 

No acumulado de janeiro a julho, as paralisações das fábricas devido à pandemia da covid-19 levaram o setor à produção total de 310.777 bicicletas, correspondendo a uma retração de 34,8% na comparação com o mesmo período do ano passado (476.319 unidades).

Cyro Gazola, vice-presidente do Segmento de Bicicletas da Abraciclo, relaciona a redução da produção local às dificuldades enfrentadas pelas fabricantes para serem suficientemente abastecidas pelos fornecedores globais, que precisam atender, simultaneamente, à demanda crescente em vários países.

O executivo avalia que, de janeiro a julho, as vendas de bicicletas cresceram cerca até 40% a nível global, na comparação com o mesmo período de 2019. Esse crescimento está ligado ao fato da bicicleta ter alcançado um status de locomoção segura para se evitar o contágio pelo coronavirus no mundo inteiro. A alta da demanda, portanto, acabou provocando a dificuldade de montagem e, consequentemente, a falta de alguns modelos.

“Isso foi resultado do grande descompasso entre a oferta de peças dos maiores fornecedores, que estão localizados principalmente na Ásia, e o aumento da procura por bicicletas no mundo inteiro. Muitos fornecedores de componentes estão trabalhando entre 120% a 130% da sua capacidade, mas, mesmo assim, não conseguem dar conta da demanda da indústria”, esclarece Gazola.

O vice-presidente salienta que, assim como os fornecedores internacionais, as empresas locais também estão se adaptando para atender à demanda. “Ainda enfrentaremos falhas de abastecimento pelos próximos seis meses. A partir de 2021, deveremos ter uma normalização gradual, mas isso ainda irá depender dos patamares de demanda, pois o ajuste da capacidade de produção não é feito em poucos meses. Nesse contexto, as empresas associadas da Abraciclo estão concentrando esforços para suprir o mercado o mais rápido possível”, completa.

RESULTADOS POR CATEGORIA

Com mais pessoas pedalando nas cidades, a categoria Urbana/Lazer foi a mais produzida em julho. Foram fabricadas 28.706 unidades, alta 51% na comparação com junho (19.011 unidades) e queda de 18,1% em relação ao mesmo mês do ano passado (35.038 unidades). 

Com 25.874 unidades, a Mountain Bike (MTB) ficou em segundo lugar no ranking. Esse volume é 2,5% menor ante as 26.536 unidades fabricadas em junho e 20,7% inferior ante as 32.629 bicicletas registradas em julho de 2019.

Confira a seguir o comparativo de produção por categoria:

 

COMPARATIVO DE PRODUÇÃO DE BICICLETAS POR CATEGORIAS MENSAL - PIM

CATEGORIAS

julho/19

junho/20

julho/20

(julho/20) / (julho/19)

(julho/20) / (junho/20)

MTB

32.629

26.536

25.874

-20,7%

-2,5%

URBANA/LAZER

35.038

19.011

28.706

-18,1%

51,0%

ELÉTRICA

503

387

510

1,4%

31,8%

ESTRADA

793

580

930

17,3%

60,3%

INFANTOJUVENIL

16.168

399

5.263

-67,4%

1219,0%

TOTAL

85.131

46.913

61.283

-28,0%

30,6%

    Fonte: Associadas da Abraciclo

No acumulado do ano, a categoria mais produzida foi a MTB, com 177.181 unidades e 57% de participação. A Urbana/Lazer ficou em segundo lugar (104.783 unidades e 33,7% de participação). Na sequência, vieram Infantojuvenil (20.388 unidades e 6,6% de participação), Estrada (5.506 unidades e 1,8% de participação) e Elétrica (2.919 unidades e 0,9% de participação).

DISTRIBUIÇÃO POR REGIÃO

O maior volume de bicicletas produzidas no Polo de Manaus foi destinado para a região Sudeste. Em julho, a região recebeu 33.845 unidades, alta de 35,4% na comparação com junho (25.005 unidades) e queda de 36,4% em relação ao mesmo mês do ano passado (53.226 unidades).

Em segundo lugar, ficou a região Sul, com 11.296 bicicletas. O volume é 23,3% superior ao registrado em junho (9.159 unidades) e 3,5% menor ante as 11.710 unidades registradas em julho de 2019. 

Na sequência, veio a região Nordeste, com 8.299 unidades, o que corresponde a um aumento de 27,1% em relação a junho (6.531 bicicletas). Em relação ao mesmo mês de 2019 (10.578 unidades), houve retração de 21,5%.

Em seguida, ficou a região Centro-Oeste, que recebeu 4.049 bicicletas, aumento de 9,6% ante as 3.695 unidades registradas em junho do presente ano. Na comparação com julho do ano passado (5.668 unidades), a queda foi de 28,6%.

A região Norte ficou com 3.794 bicicletas. Esse volume representa uma alta de 50,4% em relação a junho (2.523 unidades), e recuo de 3,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado (3.949 unidades).

No acumulado do ano, a região Sudeste liderou com 168.262 bicicletas recebidas, volume que correspondeu a 54,1% do total distribuído. Na sequência, vieram Sul (56.132 unidades e 18,1% do volume total), Nordeste (46.777 unidades e 15,1%), Centro-Oeste (22.842 unidades e 7,3%) e Norte (16.764 unidades e 5,4%).

IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO

Segundo dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat analisados pela Abraciclo, em julho foram importadas 2.635 bicicletas em todo território nacional. O volume foi 31,9% superior ante as 1.998 unidades registradas em junho do presente ano. Na comparação com julho do ano passado (6.472), houve retração de 59,3%.

O maior volume de bicicletas veio do continente asiático. A China foi o principal parceiro comercial, com 1.077 unidades e 40,9% do volume importado. Em segundo lugar do ranking ficou Taiwan (818 unidades e 31% do total importado), seguido pelo Vietnã (724 unidades e 27,5%).

No acumulado do ano, as importações somaram 28.307 bicicletas, recuo de 8,4% na comparação com o mesmo período de 2019 (30.904 unidades).

As bicicletas importadas vieram principalmente da China (21.532 unidades e 76,1% do total importado). Em segundo lugar, ficou Taiwan (3.477 unidades e 12,3%), seguida por Camboja (1.345 unidades e 4,8%).

        Ainda de acordo com os dados do portal Comex Stat analisados pela Abraciclo, em julho, as exportações brasileiras somaram 2.227 unidades. O volume representa aumento de 112,3% na comparação com junho (1.049 bicicletas) e de 72,5% em relação a julho do ano passado (1.291 bicicletas).

        Os países da América do Sul foram os principais destinos das bicicletas exportadas em julho em todo o território nacional. O Paraguai ficou em primeiro lugar, com 1.074 unidades e 48,2% do total exportado. Na sequência, vieram o Uruguai (710 unidades e 31,9%) e a Bolívia (442 unidades e 19,8%).

        No acumulado do ano, foram exportadas 6.114 bicicletas, queda de 42,1% na comparação com o mesmo período do ano passado (10.560 unidades).

        O principal destino das bicicletas exportadas no acumulado de janeiro a julho foi o Paraguai, com 2.710 unidades e 44,3% do total. Na sequência vieram o Uruguai (1.860 unidades e 30,4%) e a Bolívia (996 unidades e 16,3%).

 

Glossário – Categorias de bicicletas

 
Sobre a ABRACICLO e o Setor de Duas Rodas

Com 44 anos de história e contando com 14 associadas, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – ABRACICLO representa, no País, os interesses dos fabricantes de veículos de duas rodas, além de investir em ações visando a paz no trânsito e a prática da pilotagem segura. A fabricação nacional de motocicletas, quase totalmente concentrada no Polo Industrial de Manaus (PIM), está entre as oito maiores do mundo. No segmento de bicicletas, com as principais fábricas também instaladas no PIM, o Brasil se encontra na quarta posição entre os principais produtores mundiais. No total, as fabricantes do Setor de Duas Rodas geram mais de 13 mil empregos diretos em Manaus/AM.

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